Não fecha a porta, tá? Tranquilo?. Ella Fitzgerald – Round Midnight. DISCO VOADOR UFO OVNI IMPRESSIONANTE (sic). CQC Documento: Jair Bolsonaro -04/04/2011. Esses são apenas quatro exemplos dos milhões de vídeos que você pode encontrar no YouTube. De piadas, pornografia e flagrantes até programas de TV já exibidos, apresentações raras de artistas e produções cinematográficas. Neste quase infinito de opções, é possível agora ter uma “escola” ao alcance de um toque no mouse: a Khan Academy.
O projeto, criado pelo analista financeiro Salman Khan, 34 anos, surgiu por acaso. Em 2006, postou, de Boston, alguns vídeos com lições de química e matemática no YouTube para ajudar seus primos, que moram na Louisiana. Alcançando milhões de acesso em pouco tempo, Salman começou a postar outros vídeos (hoje são mais de 2200) e resolveu fundar a Khan Academy, em que os vídeos estão associados a exercícios. O “ambiente escolar” funciona na lógica dos games – há, por exemplo, uma pontuação em “energia”, com os avanços dos alunos.
Quem chamou atenção para o projeto foi ninguém menos que Bill Gates, já que seu filho estava vendo as aulas. Empolgado com a idéia, ele ajudou a popularizar a academia e contribuiu com doações. A Google também investe na Khan Academy e atualmente esta atende a cerca de 200 mil alunos, segundo seu criador.
A iniciativa é interessante porque abriga um canal específico de educação em um site extremamente popular, voltado para fins diversos e que oferece conteúdo pedagógico no formato audiovisual de maneira gratuita. Pode-se estabelecer um paralelo com o clássico Telecurso 2000, exibido pela Rede Globo, em que as videoaulas podem ser acompanhadas por qualquer telespectador – mas as menções às apostilas do curso indicam que o aprendizado seria mais completo com o uso das mesmas.
A plataforma web, no entanto, permite um nível de interação que estimula os alunos. A construção do conhecimento é feita de maneira mais intuitiva, o que não quer dizer que não exija esforço. Só “passa de fase” o aluno que obtiver 100% de acerto nos exercícios, o que por um lado se assemelha ao formato convencional, em que é preciso passar por avaliações para poder avançar no conteúdo. Por outro lado, esse avanço é feito de forma mais orgânica pelos alunos tão acostumados ao universo dos jogos – além da linguagem e das “recompensas” tornarem atraente lutar pelo conhecimento.